domingo, 17 de novembro de 2013

C'est la vie - #26

Quando chegámos finalmente à cidade, a minha ansiedade aumentou. Queria desesperadamente entrar na casa nova, ver como era. Ver o meu futuro quarto, planeá-lo com calma, construir novas ambições... Sei lá. Quando chegámos àquela rua que era um pouco familiar por já lá ter passado nas minhas férias, estacionámos o carro e começámos a descarregar as coisas para a porta do prédio. E eu como me sentia? Sentia-me estranhamente bem. Estranhamente feliz... Não percebo o motivo dessa felicidade, mas era assim que me sentia. Estava prestes a entrar dentro de casa. Estava em pulgas!
Chegou o momento. A chave entrou, rodou e a porta abriu-se. Um cheiro diferente mas acolhedor invadiu as minhas narinas. Sim, o cheiro não era nada semelhante ao da minha outra casa, mas era bom na mesma. Larguei as coisas e quando as palavras conseguiram sair, ainda se ouvia um eco. A casa ainda estava vazia, não tinha muita coisa. O suficiente para nos sentarmos, ver televisão... etc. A sala era a divisão mais cheia. Dois sofás, uma carpete, uma mesa de centro, um móvel onde estava a televisão e um móvel de canto. A minha mãe perguntou-nos se tínhamos fome. Eu não tinha muita. Talvez os nervos tivessem a dar conta de mim. Mesmo assim, ela fez-nos uma pizza. E comemos na sala. "Gostam da casa?"- perguntou a minha mãe, um pouco a medo. O meu irmão encolheu os ombros e eu respondi: "Adoro-a." Ela não parecia satisfeita com as respostas, mas decidiu ignorar. Eu disse-lhe aquilo com coração, juro.
Estávamos muito cansados, vestimos os pijamas e a minha mãe decidiu esticar o sofá-cama para dormirmos todos juntos. Assim foi. Ela foi a primeira a adormecer. Eu também já estava deitada, o meu irmão é que estava na casa de banho a pôr os seus cremes e a despachar-se para ir dormir. Quando agarrei naquele pequeno peluche branco e vi a mensagem que tinha no meu telemóvel, parecia um tsunami a vir do fundo do coração. Quando dei por mim estava a chorar como nunca na casa de banho agarrada ao meu irmão e a dizer: "Tenho saudades dele." Foi uma coisa tão rápida. Tão fora do normal. Chorei até adormecer.