quarta-feira, 23 de outubro de 2013

C'est la vie - #20

Quando interrompemos, pareceu ter sido uma eternidade. Mas na verdade, foi apenas uns segundos... Uns segundos noutro mundo. O meu psicológico foi esconder-me, virei a cara e deitei-me. Ele parou as cócegas, parou de brincar. Achei que ele estivesse perturbado, como eu. Não fazia sentido aquele beijo. Mas o meu coração acelerou, os batimentos ficaram mais fortes e a minha pele estava arrepiada. Eu não conseguia perceber o porquê do meu físico agir assim. Porque é que eu me sentia assim com ele? Não havia nada como aquilo que sentia com ele, não havia nada como ele. Será que eu estaria mesmo a gostar dele? Será que era ele agora a minha eleição? O meu príncipe encantado? Perguntas às quais ainda não encontrei respostas. Como que uma voz anónima me perguntasse tudo isto, sabendo que eu não saberia responder. Só mesmo para me atormentar e fazer gritar para parar com esta tortura imensa de 1000 perguntas sem resposta. Se calhar, devia ter feito como uns quantos por aí: lixar-me para tudo, e tentar alguma coisa com ele. Mas não fui capaz. Isolei-me num mundo à parte e distante, onde a distância, a mudança insistia em ficar em primeiro nos meus pensamentos. Uma rapariga como eu, que sempre teve medo da mudança, mesmo que por muitas vezes tentasse mudar-me, algo impedia sempre. Será que isso iria acontecer agora? Impedir-me de me mudar para outro país? De ser feliz ao lado da minha mãe? De a fazer feliz? Será que algo ia-nos impedir destas ambições recheadas de amor e felicidade? Eu estava assustada e com medo.