quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Máquina do tempo #1

Parece que tudo regressou ao tempo em que cheguei à escola dos grandes. Àquela escola que já não me podia sentir mais velha, porque simplesmente era mais nova. Era tudo novo... Era tudo tão lindo. Uma grande etapa da minha vida iniciou-se ali. Lembro-me como se fosse ontem o momento em que olhei para as listas das turmas do 5º ano e senti um enorme aperto no coração ao ver que não tinha nenhuma das minhas amigas da escola primária. Não as tinha! As lágrimas caíam e lembro-me que a minha mãe não deu importância a esse facto. Parecia que já sabia o que ia acontecer... Na apresentação, a única pessoa com quem me dava bem, estava sentada ao lado de outra rapariga o que me fez ficar sozinha numa mesa. Era estranho. Quando estava sentada já punha os pés no chão, já não os podia balouçar. Eu cresci. Uma das coisas mais belas da vida, crescer! E eu passei por isso, todos nós. Uns mais que outros...
Entretanto a apresentação da directora de turma prosseguiu. Era uma mulher simpática e nova. Professora de música e era bastante atenciosa. A apresentação foi interrompida por uma rapariga loira de cabelos encaracolados. Achei tão estúpido ela ter chegado atrasada ao 1º dia. Era ridículo e a forma de se vestir também me parecia ridícula. À primeira vista, parecia-me uma miúda mimada sem sentimentos. Como aquelas com quem eu tanto lidava na escola primária. Enfim... Ela sentou-se na mesa atrás ao pé de outra rapariga, ambas já se conheciam uma à outra. A professora quis nos mostrar um pouco da escola onde iríamos passar uma grande parte dos nossos dias. A escola já era antiga, o material estava a precisar de ser renovado, mas mesmo assim era acolhedora e simples. Fomos até à biblioteca. Já lá tinha estado antes, num concurso. Era simplesmente linda! Amava aquele lugar. Era tão querida a nossa biblioteca... Até que a miúda ''ridícula'' diz qualquer coisa dirigida a mim. Gostei da simpatia dela então segui com ela o caminho quando saímos da biblioteca. Quando chegámos à parte de conhecer os laboratórios, ela sentou-se ao pé de mim no fundo da sala e trocámos os e-mails. A miúda ridícula chamava-se Alice. A minha opinião mudou radicalmente e achei-a super querida e uma boa amiga. Lembro-me de ter passado o refeitório e ela ter dito: ''Já viste? Mal nos conhece-mos e já nos damos tão bem!''

Continua...